Dirce Alves
Sabemos
que qualquer tipo de música desperta estados de consciência, que,
muitas vezes, estavam adormecidos, aguardando um chamado externo. A
música tem esse poder de interferir nos mecanismos do cérebro e que
trazem à tona essas manifestações, mas não é somente a música que causa
esse efeito, as artes plásticas, a fotografia, a literatura e, em outras
manifestações o estado de consciência pode ser alterado.
Surgiu
no final da década de 1960 até o início dos anos de 1970 um gênero de
música chamada de Psicodélica, ou melhor, Rock Psicodélico, os grupos
foram influenciados pela astrologia e culturalmente, em sua grande
parte, pelos sons orientais e indianos, o Rock Psicodélico dominou o
mundo. Ser psicodélico era estar por dentro, consumir a cultura gerada
pelo movimento e participar da contracultura era a palavra de ordem
naquele momento.
Grupos como Aphrodite’s Child, The Yardbirds,
Beatles, Andrômeda (banda britânica), Deep Purple, Skid Row (banda
irlandesa), The Gun, Spirit, The Spiders e mais uma centena de bandas
surgiram em todos os países.
A influência astrológica foi
marcante no surgimento daquele movimento, pois o planeta começava a
adentrar na Era de Aquário, que remete ao futuro, com o domínio da
energia atômica, a eletrônica, a aviação e a rede mundial de
computadores, que começava a dar seus primeiros passos.
A geração
com mais de 50 anos lembra-se da complexidade harmônica das canções,
das letras e dos ritmos compostos por aqueles cantores. O Rock
Psicodélico antecedeu o movimento denominado progressivo. O primeiro
movimento enfraqueceu e começou a acabar com a morte de Jimi Hendrix
(1942-1970), e de Janis Joplin (1943-1970), entre outros, que se
perderam para as drogas.
As músicas envolventes e as canções com
letras que buscavam uma percepção do universo eram fruto do momento
astrológico, pelo qual o planeta passava.
O impulso Astrológico no movimento Psicodélico
Em
1960 a geração de jovens, nascida durante e após a Segunda Guerra
Mundial, tinha em média 15 anos, a juventude ansiava por ter uma voz
mais ativa na sociedade. Os anos 60 trazem um novo impulso para a
astrologia em escala mundial, que vão interferir diretamente nos
movimentos musicais, especificamente no Rock Psicodélico. O Brasil
também não fugia à regra, sob a conjunção de Urano e Plutão em Virgem e
tendo como um dos polos mais fortes a recém-fundada Brasília, a
astrologia atrai a geração hippie, embalada pelas músicas do movimento
psicodélico.
A alteração do arquétipo que acompanha todo o final
de Era, fazendo com que o signo de Aquário que passava da Casa XII da
Era de Peixes para a Casa I motivo pelo qual começa a tirar
definitivamente a astrologia da reclusão das confrarias herméticas e do
isolamento da prática individual, para uma difusão em todos os meios
socioculturais.
Além da influência astrológica na produção
musical começaram a se desenvolver os movimentos naturistas, no Rio
Grande do Sul surge a primeira Associação Macrobiótica e a Fundação
Editorial e Educacional Universalista. Sob o nome genérico de movimento
alternativo surgem lojas e editoras por todo o país.
Podemos
afirmar que a Astrologia foi a mais representativa matriz para o
movimento musical dos anos 60, pois nunca estamos fora dos padrões de
transformação, essencialmente previsíveis, à medida que eles emergem do
grande vórtice do universo.
Conforme o homem enfatiza valores
espirituais novos ou adicionais (como ele faz no início de cada era
zodiacal) as regras mais fracas, do passado, devem ceder o direito de
passagem para o futuro. É por isso que o presente é sempre tão difícil
para o homem. Ele sabe que deve olhar para frente, para o futuro, e foi
isso que aquela geração dos anos 60 fez.